As Micoses superficiais da pele (tinhas) são infecções provocadas por fungos que atingem a pele, unha, mucosa e couro cabeludo. É uma enfermidade infecciosa, com possibilidade de transmissão relativamente alta. Os fungos, em alguns casos, podem conviver com o organismo humano durante anos sem provocar doenças. Esses fungos estão em toda parte podendo ser encontrados no solo e em animais. Até mesmo na nossa pele existem fungos convivendo ‘pacificamente’ conosco, sem causar doença. Quando encontram condições favoráveis ao seu crescimento como calor, umidade, baixa da resistência no sistema imunológico ou uso de drogas por longo prazo (minociclina, tetraciclina, antidepressivos e etc..), alteram o equilíbrio da pele, passando então a causar doenças. Por isso, existem pessoas mais, ou menos susceptíveis à ação dos fungos, o que explica o fato de, em uma mesma família alguns apresentarem micoses e outros não. Para haver o surgimento dos fungos, que são os causadores da onicomicose (micose de unha), basta que exista um local úmido, escuro e quente. Os sapatos e os tênis são locais ideais para surgimento desses microorganismos. Cientificamente a micose de unha é chamada de onicomicose (onico em grego significa unha), que representam aproximadamente 40% das consultas por lesões ungueais.
Os pés são a base do corpo e com eles temos que ter o máximo de cuidado, pois é a parte do corpo mais atingida por fungos, tanto nas unhas quanto no tecido ao redor da unha paroníquia = unheiro. O contorno ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e avermelhado e como conseqüência, altera a formação da lâmina ungueal. Os pés são hoje considerados pelos pesquisadores da saúde humana, como sendo uma extensão do cérebro e do coração, atuando como agente receptor e executor das atividades sensitivas, onde se inicia o processo de devolução sangüínea, permitindo ao coração e pulmões um trabalho tranqüilo e sem esforço. Após praticar esporte, por exemplo, a transpiração dos pés cria condições perfeitas para que os fungos se desenvolvam dentro do tênis, principalmente quando este acaba ficando úmido e fechado no armário após os exercícios diários ou finais de semanas, resultando mau cheiro (chulé) que, mesmo sendo inconveniente, geralmente não recebe muita atenção. Na verdade o suor decompõe bactérias presentes em nossa pele, no caso, em nossos pés, ocasionando essa decomposição do mau cheiro (bromidrose). Alguns tipos de micoses podem apresentar uma associação de fungos e bactérias, dando origem ao ‘pé de atleta’, também conhecido como ‘frieira’ e tem muita relação com o uso constante de sapatos fechados, sem meias, ou com meias finas ou de helanca e, com hábito de não enxugar bem entre os pododáctilos. A ingestão de alimentos como cebola, alho, pimenta, etc., e o alcoolismo podem causar bromidrose devido a eliminação de seus resíduos através do suor. A pessoa diabética, devido a baixa resistência imunológica também é mais susceptível a contrair micoses. O problema da onicomicose pode ser atenuado através de algumas medidas como: . o uso de meias de algodão, pois absorvem melhor a umidade dos pés do que as de nylon. A meia evita o contato dos pés diretamente com o solado interno do calçado que fica contaminado também pêlos microorganismos; . a exposição do calçado ao sol, pois a ação dos raios ultravioleta impede desenvolvimento do bolor (fungos) e da umidade, auxiliando assim, no combate à micose; . lavagem do tênis freqüente, com água e sabão; Não cortar ou remover a cutícula, pois esta é proteção da unha Evitar usar esmalte por período prolongado.
Podólogo, Dermatologista e Paciente, completam um triângulo terapêutico.
Podólogo – faz uso de instrumentais apropriados, removendo com lixas, brocas ou produto químico a maior quantidade dos resíduos da lâmina da ungueal contaminada pelos fungos que costumam ficar manchadas, descolada e esfareladas. Faz também a assepsia do local para aplicação do medicamento de uso tópico e orienta o paciente quando ao procedimento do tratamento diário.
Dermatologista – faz o diagnóstico e se necessário poderá solicitar exame micológico para identificar o fungo transmissor da onicomicose. Determina o tratamento que poderá consistir em medicações sob a forma de uso tópico (esmalte, cremes e loções) ou sistêmico (via oral), dependendo da intensidade do quadro.
Paciente – deverá seguir o tratamento com persistência e seguindo orientações do Dermatologista e do podólogo. A onicomicose é de difícil tratamento por ser de longa duração. A eliminação dos fatores que favorecem o aparecimento e instalação da doença e a persistência, são fundamental para se obter sucesso.